OAB se manifesta após morte do advogado Sergio Bermudes
A Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF) se manifestou nesta segunda-feira (27/10) após a morte do advogado Sergio Bermudes, um dos mais influentes do Brasil, aos 79 anos, no Rio de Janeiro.
Em nota, a entidade relembrou que Bermudes foi homenageado em março deste ano pela Chambers and Partners, em São Paulo, por sua influência na formação de centenas de profissionais e pela defesa dos direitos humanos, “um testemunho de seu vasto e respeitado legado”.
O presidente da OAB-DF, Paulo Maurício Siqueira, lamentou a morte do colega, dizendo que se despede com “imensa tristeza” de um dos “gigantes do Direito Brasileiro”.
“Dr. Sérgio Bermudes não foi apenas um advogado brilhante, mas um defensor incansável da justiça e dos direitos humanos, cujo legado inspirará e guiará gerações de advogados. Sua partida deixa uma lacuna imensa em nossa comunidade jurídica”, afirmou Siqueira.
O conselheiro federal Délio Lins e Silva Jr. também se manifestou. Para ele, a advocacia nacional “perde uma de suas maiores referências”. “A sagacidade jurídica de Sérgio Bermudes e sua capacidade de inovar marcaram a prática e a teoria do Direito no Brasil. Seu exemplo de dedicação e ética profissional permanecerá vivo entre nós”.
Bermudes faleceu devido a complicações causadas pela infecção por Covid-19, após ter passado por meses de internação.
“Neste momento de luto, a OAB/DF e a CAADF se solidarizam com os familiares, amigos, colegas de escritório e toda a comunidade jurídica, rogando por conforto e paz. O legado de Sérgio Bermudes, pautado pela excelência, ética e compromisso com a justiça, será eternamente lembrado e honrado”, conclui a nota da OAB do Distrito Federal.
História de Bermudes
Nascido em Cachoeiro do Itapemirim (ES), Bermudes acumulou quase 50 anos de carreira, tendo fundado seu escritório de advocacia, o Sergio Bermudes Advogados, em 1969.
Um de seus casos mais famosos foi logo no início de sua carreira, quando atuou na causa da viúva de Vladmir Herzog, conseguindo o reconhecimento de que o jornalista foi assassinado sob custódia do Exército.
Já nos anos 1980, o advogado passou a atuar em uma posição de liderança no contencioso cível e na área de reestruturação de empresas, atuando em todo o país.
Seu escritório possui filiais no Rio de Janeiro, em São Paulo, Brasília e Belo Horizonte e conta com uma equipe de mais de 130 advogados e consultores, além de 120 estagiários.
Bermudes também atuou como professor, tendo iniciado a carreira docente em 1970 como professor assistente de Teoria Geral do Estado da Faculdade de Direito da Universidade do Estado da Guanabara (atual Uerj), e como professor de Direito Processual Civil da Faculdade Brasileira de Ciências Jurídicas do Rio de Janeiro, da qual se tornou titular em 1971.
Em 1978, assumiu a cadeira de Direito Processual Civil da Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
Em 1985, nomeado pelo Governo da República, também passou a integrar a comissão de cinco processualistas designada para proceder à revisão do Código de Processo Civil. Além disso, foi, por dois anos juiz do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro.

