Paulinho diz que, sem votar dosimetria, isenção do IR corre risco

O deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) avalia que o projeto que cria isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil corre risco de não ser votado na próxima semana caso o PL da Dosimetria não seja analisado. O parlamentar é o relator da proposta que pode reduzir penas dos condenados por tentativa de golpe de Estado, e se reuniu com a bancada do PT nesta quarta-feira (24/9).

“Vamos conversar, ainda há uma série de conversas hoje, falarei com Motta [Hugo Motta, presidente da Câmara] ainda hoje para acertar o calendário de votação. Mas tudo leva a crer que possamos votar na próxima terça-feira. Acho até que se não votar isso, não vamos votar IR. E eu quero votar o IR“, afirmou Paulinho da Força.

A isenção do Imposto de Renda está pautada para votação na próxima quarta-feira (1/10), e uma ala da oposição e do Centrão tem condicionado a aprovação ao apoio do governo à anistia. O alívio tributário para a classe média é a principal aposta eleitoral do Planalto para pavimentar a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026.

O líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), se mostrou irredutível. “A posição é hoje unânime contra anistia e revisão de penas para Bolsonaro e militares que participaram da trama golpista. E temos uma preocupação que a gente expressou com a pauta da próxima semana. Temos marcada a votação da isenção do IR e eu, sinceramente, acho que qualquer assunto como esse pode tumultuar a pauta da próxima semana. A gente quer conversar com os presidente, os líderes, e o relator também”, disse o petista.

Lindhberg ainda afirmou que procuraria o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para convencê-lo a não pautar o projeto de dosimetria. A bancada governista passou a rechaçar a estratégia de “pautar para derrotar” no voto, pois teme que a rejeição da redução de penas possa abrir espaço para a oposição tentar aprovar uma anistia de fato.

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Durante o encontro com o PT, Paulinho confirmou que mesmo a rejeição de penas deverá beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O deputado tentou convencer os petistas ao afirmar que o país precisa de “pacificação”, e ainda garantiu que a redução seria menos benéfica para mandantes e financiadores da tentativa de golpe de Estado.

“Será uma redução de penas para mandar essa turma pra casa. Se me perguntar ‘reduz o Bolsonaro?’ Reduz também. Não tem como tirar ele do relatório. Quem está em posição de mando e financiadores terão uma pena maior. Espero que até segunda tenha um relatório com a redução de penas para vocês avaliarem melhor”, afirmou Paulinho durante o encontro.

Dosimetria

O Projeto de Dosimetria foi o nome adotado pelo relator da proposta, o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP). O texto original, defendido pelos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), previa uma anistia ampla, geral e irrestrita. A bancada do PL, a maior da Câmara, quer livrar o ex-mandatário de cumprir pena. O STF o condenou a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado e organização criminosa.

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