Ucrânia e Síria restabelecem relações diplomáticas em encontro na ONU

Ucrânia e Síria restabelecem relações diplomáticas em encontro na ONU

A Ucrânia e a Síria restauraram formalmente suas relações diplomáticas nesta quarta-feira (24/9), em Nova York, após reunião entre o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o novo chefe de Estado sírio, Ahmed al-Sharaa, durante a 80ª Assembleia Geral da ONU.

O anúncio foi feito pelo líder ucraniano em suas redes sociais. “Hoje, a Ucrânia e a Síria assinaram um Comunicado Conjunto sobre o restabelecimento das relações diplomáticas. Saudamos este importante passo e estamos prontos para apoiar o povo sírio no caminho para a estabilidade”, escreveu.

Segundo Zelensky, os dois presidentes discutiram oportunidades de cooperação e ameaças de segurança compartilhadas. “Também concordamos em construir relações baseadas no respeito mútuo e na confiança”, completou.

Ruptura em 2022 e queda de Assad

Kiev havia rompido relações diplomáticas com Damasco em junho de 2022, após o regime de Bashar al-Assad reconhecer como “independentes” as regiões ucranianas de Donetsk e Luhansk, então ocupadas pela Rússia.

A retomada do diálogo só se tornou possível após a queda de Assad, em dezembro de 2024. Pouco depois, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, viajou à Síria para uma rodada inicial de conversas com a nova liderança.

Moscou manteve forte presença militar na Síria desde 2015, em apoio a Assad contra grupos opositores. Tropas russas no país foram acusadas pela ONU e por organizações internacionais de cometer crimes de guerra. Após a derrubada de seu regime, Assad e sua família fugiram para Moscou, onde vivem exilados.

Retorno sírio à ONU

A presença de al-Sharaa na Assembleia Geral da ONU representou a primeira participação de um chefe de Estado sírio no encontro em seis décadas.

Atual presidente da Síria, ele se tornou nesta quarta-feira o primeiro líder sírio em 58 anos a discursar na Assembleia Geral da ONU. Com um passado marcado pela atuação em grupos como Al-Qaeda e Estado Islâmico, o ex-comandante rebelde subiu ao púlpito e falou diante dos chefes de Estado e diplomatas.

Sua ascensão ocorreu após a queda de Bashar al-Assad, em dezembro de 2024, encerrando um ciclo de mais de uma década de guerra civil. À frente da ofensiva que derrubou o antigo regime, o novo líder promete uma gestão menos autoritária e busca apoio externo para a reconstrução do país.

Apesar das ligações anteriores com o jihadismo, incluindo o posto de comandante da Al-Qaeda na Síria, ele tem conseguido estreitar laços com os Estados Unidos e com países da União Europeia (UE), que sinalizam disposição em dialogar com seu governo.

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Zelensky diz ter drones com alcance de 3 mil km para reagir à Rússia

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“Não há cessar fogo porque a Rússia se recusa”, diz Zelensky na ONU

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