Visto para os EUA fica mais rigoroso – e caro – a partir desta terça

Visto para os EUA fica mais rigoroso – e caro – a partir desta terça

Solicitar um visto para os Estados Unidos passa a ser um processo mais caro e burocrático a partir desta terça-feira (2/9). As mudanças fazem parte das políticas migratórias e fiscais do governo Donald Trump e atingem diferentes perfis de solicitantes, incluindo crianças, idosos e pessoas que desejam renovar o documento.

Uma das mudanças é o fim da isenção de entrevista para menores de 14 anos e maiores de 79, que agora precisarão comparecer pessoalmente a consulados ou Centros de Atendimento ao Solicitante de Visto (CASVs). A exigência também passa a valer para quase todas as renovações.

Quem não precisará fazer entrevista presencial?

  • Candidatos que tenham os seguintes símbolos no visto: A-1, A-2, C-3 (exceto atendentes, empregados domésticos ou funcionários pessoais de pessoas credenciadas), G-1 a G-4, Nato-1 a Nato-6 e Tecro E-1;
  • Solicitantes de vistos diplomáticos ou oficiais;
  • Pessoas renovando visto B-1, B-2 ou B1/B2 de validade integral, ou cartão de travessia de fronteira (para mexicanos), desde que:
    • ♦ o pedido seja feito dentro de 12 meses de vencimento do visto anterior;
    • ♦ tenham a partir de 18 anos na emissão do visto anterior;
    • ♦ façam a solicitação no país de nacionalidade ou residência;
    • ♦ nunca tiveram um visto recusado (a menos que a recusa tenha sido revertida ou dispensada);
    • ♦ não apresentem inelegibilidade aparente ou potencial.

No caso do visto B1/B2, voltado para turismo e negócios de curta duração, há possibilidade de dispensa da entrevista, mas apenas se o candidato atender a uma lista de requisitos.

Entre eles estão: o visto anterior ainda estar válido ou ter vencido há menos de 12 meses, o solicitante ter ao menos 18 anos quando recebeu o documento, nunca ter tido negativa não superada, além de não apresentar inelegibilidade aparente.

Mesmo assim, o consulado poderá convocar o solicitante para entrevista a qualquer momento. Após o preenchimento do formulário D-160 e pagamento da taxa, o candidato será direcionado a um questionário que definirá a necessidade de comparecer presencialmente. Ficam dispensados dessa etapa os solicitantes de vistos diplomáticos, oficiais e militares.

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Redes sociais serão analisadas

Outra novidade é a obrigatoriedade de deixar perfis em redes sociais abertos em modo público para quem solicitar vistos das categorias F (estudantes acadêmicos e de idiomas), M (cursos técnicos ou vocacionais) e J (intercâmbios culturais e acadêmicos).

O anúncio foi feito pela Embaixada dos EUA no Brasil em 24 de agosto. A justificativa é permitir verificações adicionais sobre a elegibilidade dos candidatos.

“Essa medida permite que sejam feitas todas as verificações necessárias para avaliar se o solicitante atende aos requisitos para entrada nos Estados Unidos”, diz o comunicado.

Autoridades de imigração já podiam solicitar acesso às redes sociais no momento da entrada no país. Caso o viajante se recusasse a mostrar seus perfis, poderia ser submetido a interrogatório ou até ter a entrada negada.

Novas taxas elevam custo do processo

Além da burocracia extra, o processo ficará mais caro. Atualmente, o solicitante paga apenas a taxa do formulário D-160, no valor de US$ 185 (cerca de R$ 1.000, na cotação feita pelo Metrópoles em 1º de setembro). Com a aprovação do pacote orçamentário “One Big Beautiful Bill”, lançado em julho por Trump, novas cobranças serão incluídas.

A mais significativa é a chamada Visa Integrity Fee, ou Taxa de Integridade do Visto, no valor de US$ 250 (cerca de R$ 1.360). Ela será cobrada apenas de quem tiver o visto aprovado, mas poderá ser reembolsada ao fim da validade do documento caso o viajante não tenha descumprido as regras de permanência nos EUA.

Outra novidade é a cobrança pelo formulário I-94, que registra a entrada e saída do estrangeiro em território norte-americano. O valor será de US$ 24 (cerca de R$ 130), embora ainda não esteja definido se o pagamento será feito durante a solicitação ou na chegada ao país.

Com esses acréscimos, o custo total do processo pode chegar a aproximadamente R$ 2.500 por pessoa, um aumento de 148% em relação ao valor atual.

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