Zambelli assumiria invasão ao CNJ caso fossem flagrados, diz hacker
O hacker Walter Delgatti Neto disse, nesta quarta-feira (10/9), que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), assumiria a culpa caso fossem flagrafos na tentativa de invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
“‘Se caso você for pego ou processado, pode falar que quem mandou você fazer isso fui eu. Eu assumo isso’. Ela me deu essa garantia”, contou Delgatti, conhecido como hacker de Araraquara, que vazou conversas de autoridades envolvidas na Operação Lava Jato, durante oitiva na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Ela está presa na Itália após fugir do país, após condenação pelo caso do CNJ, e participa da CCJ por videoconferência.
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Ambos foram tornados réus pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) devido à invasão do sistema eletrônico do CNJ. Também respondem por falsidade ideológica. O caso se deu em 2023. Zambelli e Delgatti teriam inserido documentos falsos na plataforma.
A bolsonarista foi condenada pela Suprema Corte a 5 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto, além da perda do mandato, pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal. A Câmara, no entanto, não a cassou.
Zambelli também é alvo de um processo de extradição na Itália.
Cassação de Zambelli
Os ministros da Suprema Corte determinaram que a bolsonarista perca o mandato. No entanto, a decisão precisa ser oficializada pela Câmara.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), encaminhou a cassação para a CCJ, onde a relatoria ficou a cargo do deputado federal Diego Garcia (Republicanos-PR). Depois de passar pela CCJ, o parecer de Garcia deverá ser votado pelo plenário da Câmara para tornar a perda de mandato definitiva.